ÉRICO PATTO
Durante a maior parte da minha vida, eu fiz esgrima. Comecei com o Alkhas quando ele a ensinava na minha escola. Eu já tinha ouvido falar dela por causa da minha paixão por Star Wars, então quando vi que poderia realmente aprender a fazer essa coisa maravilhosa, me encantei. Mas o curso só estava disponível para crianças com mais de oito anos, e eu tinha seis. Eu era jovem demais e tive que esperar; por dois anos importunei os meus pais perguntando se já podia aprender a fazer esgrima, até o dia em que estava lá, com o Alkhas, segurando um sabre na mão (que nem um sabre de luz!). Desde então fiz esgrima com ele; em um ano fui da minha escola para a APE, e com o tempo passei a treinar cada vez mais. No ano seguinte, participei no meu primeiro campeonato: um Paulistinha, no qual eu conquistei o ouro. Depois dele, um Campeonato Brasileiro em Porto Alegre, onde fui prata. E desde então sou muito feliz na esgrima, jogando sempre que possível. Já participei em incontáveis campeonatos e torneios paulistas e brasileiros, vencendo minha parcela deles. Joguei em quatro Campeonatos Sul-americanos, conquistando ouro, prata e bronze em diferentes anos. Também joguei no Pan-americano de Cochabamba, na Bolívia, onde fiquei com bronze.
Em 2020 o Alkhas me levou para treinar e jogar pelo Esporte Clube Pinheiros, onde ele também é o técnico de sabre. Desde então, o Esporte Clube Pinheiros é a minha casa. Mas a APE também é especial: eu ainda treino na APE. Afinal, ela é um centro de treinamento, um lugar em que atletas de diferentes clubes praticam uns com os outros. É incrível o quanto certos lugares conseguem adquirir tanto significado que deixam de ser apenas lugares; são uma coleção de lembranças, hábitos, emoções, aprendizados sutis ou extremos. Meus anos de esgrima foram pontuados por alegria e tristeza, vitórias e derrotas, campeonatos e treinos, comemorações e consolações, não só minhas como também dos outros. Tudo isso é o que define a esgrima; um esporte individual na pista, mas coletivo fora dela. Eu não sei quem eu seria hoje sem ela, e não pretendo descobrir tão cedo.